domingo, 15 de novembro de 2009

embryo


Então, numa manhã de verão de 1983, minha amada mãe sempre ao meu lado

Ei, sorria para mim como você sempre faz na luz da manhã, com a expressão distorcida

O pescoço de mamãe está preso enquanto ela está pendurada no céu. Adeus, mãe
Com lágrimas silenciosas e profundas
A flor, incapaz de suportar isso, está morrendo
Estou sozinha

Sem rosto, uma voz soluçante
Sem rosto, uma voz distorcida

Então estupre-me até ficar satisfeito, sou seu, papai
Mas veja, mamãe está nos olhando lá de cima

Minha querida mãe sorrindo, você sorri tão forçado que parece que seu coração vai explodir
Fatalmente doce mãe, com ódio esperarei pacientemente, segurando minha náusea enquanto sou estuprada

Agora, uma noite de inverno em 1992, meu desprezado pai sempre ao meu lado
Ei, estupre-me hoje denovo, como você sempre faz
Os olhos de papai muito abertos, queimando sobre mim

Apunhalo o objeto, que havia escondido, profundamente, com força, em seu pescoço
Adeus, pai
Mamãe, nua, surgem na paisagem de inverno flores de carmesim, florindo
Manchado de sangue, estou sozinha

Minha querida mãe sorrindo, você sorri tão forçado que parece que seu coração vai explodir
Fatalmente doce mãe, com ódio seco as lágrimas que correm pelo meu rosto, conforme as estações também secam
Minha querida mãe sorrindo, você sorri tão forçado que parece que seu coração vai explodir
Fatalmente doce mãe, estou grávida, minha criança chora, segurarei minha náusea

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